fui fazer caretas e desapareci,
não me voltei, pois sabia dos objectos que se animam,
mas agora começo a avançar inclinado para o chão, 
esbracejando com os longos braços moles, 
em pequenos passos incertos.

HUNGER - the being is an empty fiction
performance bolha do colectivoBU
Working Man Gallery




MANCHESTER - WORKING MAN GALLERY









MANCHESTER - WORKING MAN GALLERY


HUNGER
the being is an empty fiction

Vejo-me trans-aparente.
Trans-aparente, algo se manifesta através de mim, tomando forma, moldando-se, criando-se.
(N)um desenrolar do tempo, fundido com o espaço da minha inquietação, desta fome devoradora.
O que transpiro, então, é e não é o que projecto, talvez coisas que saem de outras coisas, espécies de estranhezas vivas, autónomas.
Talvez seja eu no outro e vice-versa, sempre sugerindo, alimentando-se. Saciando-se continuamente, numa acumulação de seres, como uma trasparência material.
Faço trans-aparente.










simulacro viscoso
ou
aproximação de uma acção
ou
tentativa de escoamento do já triturado
ou
papéis para a contribuição do nada
ou
uma incomodidade subtil e uma certa agitação
ou 
o ponto de fuga da(s) Ana(s) Lama(s)
ou
notas de rodapé de um trabalho invisível




dia 11 de Março na Galeria Ana Lama


A propósito da nossa presença (?) na Galeria Ana Lama

Recebi um convite. Não veio em papel material mas logo o transformei pois acredito e necessito da acumulação, não sei se acredito mas a maior parte das vezes sinto que necessito. Demorei vários dias, meses, semanas, a lê-lo e cada momento que passava ele ia ficando mais pesando e quando li a última linha o início já tinha apodrecido a tal ponto que escorria uma gosma que colava. Essa gosma viscosa conheço-a bem e por afecto não a limpo. Também eu sou um ser viscoso, viscoso por fatalidade e condição. É essa viscosidade que me prende em casa, causando repugnância à vizinha da frente. Viscosidade como resistência do fluído ao escoamento. Esse movimento com o objectivo de sair ou abandonar determinado lugar lembra-me logo daqueles que fogem, daqueles que rapidamente encontram um buraco para se enfiar. Nunca fui assim, sempre demasiado picudo para esses lugares, nunca tive essa visão aguçada de ponto de fuga. Um corpo tem mais viscosidade quanto maior o seu atrito, como a hiperacumulação que sofro e com que sempre me faz sentir imiscuída e ao mesmo tempo sem lugar. As camadas, o pó, os papéis, as ideias, os projectos, vão-se sobrepondo, misturando-se, criando uma espécie de bolo alimentar mal-cheiroso e repugnante que deveria fazer o seu caminho ao longo de uma estrada sinuosa. Falta-nos intestinos na cabeça e por isso, esse bolo vai-se adensando, compactando até não mais sair (parecido com uma couve-flor sem água). A minha história, também pela minha (in)feliz condição, conta-se, então, pelo que não se vê mas existe. Será como a relação do sim e o seu contrário, entre a essência e a transcendência. A potência da acção também é a não acção, senão seria a acção por inteiro, perdendo a condição/característica/vestimenta da potência. A potência de fazer é também não fazer como o gato que está vivo ou está morto e afinal está vivo e está morto, as possibilidades são todas possíveis e coexistem. Possibilidades totais que levam à incerteza e à entropia que me faz sentir mais pertença, que faço parte de uma natureza cosmológica. Contradição (aparente) de ser e não-ser no mesmo espaço-tempo é uma forma extrema de vida. E com isto recordei o meu convite vindo de uma curadora famosa mas triste que encontrou o seu ponto de fuga na arte hardcore e na fuga em si. Uma clássica que ainda acredita que arte extrema tem que ver com esporra e sexo mas que no fundo é boazinha e defende os artistas não monumentais como se fossem refugiados. Gosto disso dela porque nunca gostei de fronteiras. Como ela, também tenho esse dom de causar consequências e aceitei o convite. Só para lhe mostrar que há várias artes extremas e apoiamos também a sua fuga para as ilhas (?). Invejo-a pelo seu ponto de fuga que foi a fuga talvez em barco para os Açores, mas mesmo em fuga quer traçar bem o seu caminho mandando postas de atum aqui para a capital artística portuguesa. Ontem fui a uma exposição composta por um objecto de ferro forjado, pequeno, disforme e detestável. Com esse objecto à partida simples, o artista conseguira falar e reflectir sobre a morte, os povos ancestrais e a sua morte, a fome causada pela crise e o caos deixado pelo FMI em Portugal. Fiquei fascinado e comecei logo a pensar numa peça que representasse tudo aquilo que me apoquentasse. Fiz listas, escrevi, li muito, pesquisei e não consegui. Penso que é uma incapacidade minha pois abro a agenda cultural e vejo muitas exposições, se calhar todas a falar de vários assuntos numa só peça. Tenho uma debilidade e um defeito e agora vejo como é patética a minha tentativa de adaptação. Sou viscoso e tenho muito atrito interno que dificulta o escoamento disse-me a interna no hospital mas ela estava com pressa e na verdade ainda não tive condições de consultar um especialista especializado. Mas o não conseguir materializar não necessariamente significa que não existe. E aqui está o meu drama. Tenho tudo em notas de rodapé que levam a outras notas de rodapé viciosamente como em suspensão, numa linha precária. Como a ambiguidade é, na boca do povo, a arte da suspensão, o meu ser e o meu trabalho (???) é ambíguo. Ambíguo e imenso. “A imensidão é o movimento do homem imóvel”, explicou-me o meu senhorio quando soube que eu passava os dias em casa a olhar pela janela, imaginando que nada do que via existia. Mas para ele a imobilidade não tenha nada de inútil nem de improdutivo. Era só uma questão de movimento, de aceleração, de física. Como se a imensidão fosse palpável e não tivesse nada de metafísica. Interessa-me isso à medida que vou escrevendo. As listas, ao invés de me ajudarem a estruturar a minha debilidade, tomaram conta dos meus dias criando assim uma vida paralela que, apesar de não vivida, era tão perfeita que começou a ocupar o lugar da minha vida tão desordenada e ambígua. Essa organização fictícia é um simulacro, uma representação artificial da realidade onde eu me adaptei a viver. É uma espécie de simulacro de ponto de fuga, como se fosse aquela estátuazinha de ferro forjado que vira. É uma concepção ao revés, um trabalho do não. Uma distorção, destruição do real, do que existe (?). É um projecto quase fadado ao fracasso, mas sempre temos de ter em conta a incerteza, as possibilidades, as ambiguidades. Será e é sempre um processo em bruto, um trabalho contínuo, como aquele em que alguém pelava batatas durante toda uma noite e ninguém comia. Algo assim. Em forma de provocação e desculpa, simultaneamente, deixar-vos com esta tentativa prévia e conscientemente condenada ao desastre, absurda simulação mascarada de validade muda, de certa forma (talvez) apenas para me continuar a orgulhar desta mania constante que tenho de renascer depois de todos os fracassos.


Galeria Ana Lama

convite da curadora Ana Lama para participar no ciclo de Arte Extrema



atención!!!

Residência Austral

um perscutar contínuo do inconsciente que habita os lugares

no su (o) l transpirante...

- unacifrademundosinfinita -

RESIDENCE CLUB
o colectivoBU em Velocíssimas Residências de Subsistência



sempre atentos a novas residências...de subsistência
Série dentro do cenário 

Um cenário.
Um cenário que constitui uma ordem estabelecida por si só.
Um cenário que inclui dentro de si a possibilidade de infinitas combinações.
Um cenário estático em movimento.

Série dentro do cenário - 1

Série dentro do cenário - 2

Série dentro do cenário - 3

Série dentro do cenário - 4

Série dentro do cenário - 5
Série EL AMOLADOR (#10)

ironias de um ironista


Série EL AMOLADOR (#9)


Pequenas conversas à volta de grandes portentos...



O colectivoBU em Assuntos Bicudos,

O Forno Beato!


  https://vimeo.com/125323015
série El Amolador (#8)


hoje ficámos a conhecer a trágica história de vida do nosso amolador



série El Amolador (#7)


Também o nosso amolador ficou sem palavras




série El Amolador (#6)

e o amolador disse...





série El Amolador (#5)

conversas com um amolador despudorado...


série El Amolador (#4)

num destes domingos passámos a tarde com o amolador e...

...continuámos as
conversas de faca a orelha...



série El Amolador (#3)

continuamos as
conversas de faca a orelha com o amolador da nossa rua...


Hoje acordámos com ressaca de liberdade...


série El Amolador (#2)

continuamos as
conversas de faca a orelha com o amolador da nossa rua...


série El Amolador

conversas de faca a orelha com o amolador da nossa rua...

 




momentos de auto - reflexão andina (parte III)






para melhor visualização :   https://vimeo.com/78476906
momentos de reflexão andina... (parte II)







para uma melhor visualização, 
                                                https://vimeo.com/77869090

momentos de auto-reflexão andina





para uma melhor visualização, sugerimos https://vimeo.com/77422332
panaceia - aqua benedicta - piopio - consolos - santinhos - linha de montagem
 - água benta - o hábito faz o monge - deus é medonho

série santíssima em imagens 

tónico poético sagrado para todos
































obrigado a todos nesta brilhante noite de cinzas







Nesta quarta-feira de cinzas apresentamos-vos a

Série Santíssima

vamos empanturrar-nos neste primeiro dia jejual

Apareçam!






LETTER BOMB


estilhaços em dia de catástrophe











CATÁSTROPHE - exposição de artes visuais
      26 - 29 de Setembro
      Príncipe Real, Lisboa
                                               
colectivoBU apresenta LETTER BOMB                 
LETTER BOMB


Atribuir toda a liberdade às palavras
disseminá-las como um vírus, 
perdendo o seu significado banal.
Dar-lhe novos brilhos,
rompendo as formas, as convenções.
Significado-significante
livres.
Palavras palpáveis
Palavras-coisa.
Significados gula, abertos, ilimitados.
Vivificação da língua...sempre.


Neste espaço dedicado à experimentação
 desenvolveremos constantes jogos de palavras,
 procurando sensibilizar quem passa 
para a sua imensa plasticidade e versatilidade.
Tal qual a palavra, 
nós apenas forneceremos a faísca inicial 
para uma viagem que se promete 
memorável.  



últimos dias
WORK IN PROGRESS  - colectivoBU